Engraçado tentar se achar na confusão,e se perder com a certeza.

domingo, 23 de novembro de 2014

Joguei amores, suicidas, conservadores, libertários, saudosos, credores, profetas, putas e professores pela janela
Sai e trouxe banana da terra
Fui mexer o caldeirão e dançar a lua
Que ascende nua
Lá fora da janela mínima
Do Alto das Pombas, Salvador, Bahia
Só e solto salto alto
Um segundo
Brilha uma estrela
Acho que eras daqui
Muito longe, mas eu vi.
Onde estão as cartas, as visitas, os grandes amores
Onde, o amor que os motiva
Tudo que passa por mim
E em mim cessa
Tudo que é seu corpo
Posse e desapego
Te significo todo
Entre a ideia e a prova
Morro de saudade
Desrespeito a natureza
Quero a mimese do voo dos pássaros
Não sei voar, mas sei possuir
Pinto seu retrato
Chove
O tempo atravessa o destino dos carros
Risca todo e cada passo dado
Reparte junta
Escolhe o grão
A vida me confia o grande retiro
Da minha vontade volátil
De ter contigo
De ter com todos
De ter detentores da minha presença
Todos os lugares
Anos
Peles
Rés e aceleradores
Tudo no agora
Inadiável do meu desejo
Quero devorar oceanos
E toda a terra
Na esperança de te haver no misto
Não sei o que mais pode reparar
A posse de um peito que não fere
Ou a música do sangue seu
Que pulsa vivo distante demais
Vão-se os anéis, vão-se os dedos
Vão-se os anéis e outros anéis chegam, inéditos
Quanto menos dedos, mais dispensáveis os anéis.