Engraçado tentar se achar na confusão,e se perder com a certeza.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Sem título.
No balanço das ondas, o tempo. Ele vem e me cobre até a linha do pescoço. Reluta. Retorna e me cobre a cabeça. Para frente e para trás, feito mar. Movimento quântico. Estou indo e vindo no tempo, todo o tempo. Me recolhendo as mais profundas e escuras regiões de me mim mesmo. Me preparando então, para retornar com o peso de mil vidas. Segure-se, quando eu me debruçar sobre a terra, levarei tudo comigo.

Mil anos, mil vidas, mil sóis, do nascimento à morte. Conversas começam e terminam no mar. O mar é o inicio, o mar é o fim. A vida vivida, revivida, todos os dias, todas as horas, agora e ao mesmo tempo. Durmo e acordo heterônimos, homônimos, conhecidos, esquecidos, rescritos, transcritos e sem transformação alguma, talvez, mas eu nego. Mas esse fio solto no fluxo, essa incógnita incutida, me inquieta. Ser ou não ser? ou não ser, ou não ser, ou não ser, ou não ser um milhão de vezes. Me tornando e retornado a ser.

O mar é o tempo e o tempo é uma valsa. A cada dois passos dados para frente, dois são dados para trás. Dois passos pra frente, dois passos pra trás, dois passos pra frente, dois passos pra trás, dois passos pra frente, dois passos pra trás, dois passos pra frente, dois passos pra trás, dois passos pra frente, dois passos pra trás...
Eu puxo o fio!
Giramos, giramos, giramos...